segunda-feira, 29 de junho de 2009

O PRETO DADÁ


Escrevi isso há quase vinte anos quando Michael Jackson começou a ficar branco, com o objetivo de fazer uma música, que acabou nunca sendo composta:

“Jackson Sou"

Uns pretos me olharam nos olhos
Na vitrine transparente que é meu peito
Jatos coloridos de ódio contido
Dos pretos dos olhos de amêndoa

O preto dadá da civilização
O preto trará a sofisticação
Preto pálido, preto bom
Breton

O preto bonito da cara pálida
Destroça o romântico Byron
É Rimbaud pós-moderno
Mira a amêndoa dos olhos dos cegos

O preto soul permaneceu
O preto só anoiteceu
Preto fálico, preto ateu
Romeu

Acho que o menino que eu fui já estava de luto ao mesmo tempo em que se solidarizava com o Preto Dadá. Talvez, quando isso tudo passar, eu, finalmente, coloque música nesta letra..

Abraços.




Um comentário:

  1. Bom gente,

    que me desculpe a esquerda (aquela parte que é conservadora e retrógrada, que ainda faz aquele discurso que "futebol é o ópio do povo" e blá blá blá), que me desculpem os acadêmicos e intelectuais chatérrimos (idem), mas eu tô chorando, tô de luto. Mundínho vai ficar mais triste sem "Jackson sou"... Jackson Soul.

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