Honestamente eu gostaria de ter visto um processo eleitoral menos obscurantista. Menos idade média. Menos religião metendo o bedelho em estado laico.
Gostaria de viver em um país no qual as mulheres fossem levadas a sério, minimamente. Dentre todas as mulheres que conheci, que fizeram aborto, nenhuma saiu desta experiência feliz. Todas as vezes era tomar aquele medicamento que todos conhecemos e esperar sangrar. Depois a internação e a curetagem. A decepção com elas mesmas e/ou com seus "companheiros". Ninguém sai desta experiência melhor, convenhamos. Mas não era essa a discussão. A questão era de saúde, não era?
Gostaria que a questão da diminuição da pobreza tivesse sido levada a sério. Que os pretos e pobres do país pudessem, além de receber algum dinheiro como forma de tirá-los da pobreza extrema, começar a pensar em ir para a escola, em fazer da educação sua plataforma de ascenção social. Que os professores não fossem tratados como bandidos. Que estas questões tivessem aparecido na disputa eleitoral.
Gostaria que os homossexuais começassem a ser tratados como cidadãos. Que pudessem, ao perderem seus companheiros e companheiras, ter os mesmos direitos que um casal heterossexual. Que tivessem estes mesmos direitos em vida. Isso também é questão de política, não de religião.
Gostaria que pretos, pobres e mulheres fossem a prioridade visto que são, de longe, os grupos historicamente mais injustiçados no país e no mundo. E que homossexuais e bissexuais fossem respeitados tanto quanto católicos, protestantes, judeus, umbandistas, e perdoem-me se misturo religião com orientação sexual, mas algumas crenças quiseram acabar com outras ao longo da história - muitas vezes com assassinatos em massa, lembremos - como agora muitas destas religiões querem tratar a orientação sexual como questão de certo e errado.
Feitas as ressalvas, cabe uma comemoração. Pela primeira vez uma mulher foi eleita para o cargo político mais importante do país. Uma justiça às milhões de mulheres que pautaram suas vidas por lutar por um país mais justo - como fez minha irmã Clarete Paranhos (e me regozijo com sua alegria pela eleição de Dilma, assim como me compadeço com as inúmeras frustações que ela acumula em seus anos de luta).
Pelo afeto e respeito que tenho por minha irmã e pelas mulheres de minha vida - também por serem mulheres, mas principalmente pelo cidadão no qual me tornei graças a elas - que Dilma seja o melhor para o país. Como Lula foi.
Gostaria de viver em um país no qual as mulheres fossem levadas a sério, minimamente. Dentre todas as mulheres que conheci, que fizeram aborto, nenhuma saiu desta experiência feliz. Todas as vezes era tomar aquele medicamento que todos conhecemos e esperar sangrar. Depois a internação e a curetagem. A decepção com elas mesmas e/ou com seus "companheiros". Ninguém sai desta experiência melhor, convenhamos. Mas não era essa a discussão. A questão era de saúde, não era?
Gostaria que a questão da diminuição da pobreza tivesse sido levada a sério. Que os pretos e pobres do país pudessem, além de receber algum dinheiro como forma de tirá-los da pobreza extrema, começar a pensar em ir para a escola, em fazer da educação sua plataforma de ascenção social. Que os professores não fossem tratados como bandidos. Que estas questões tivessem aparecido na disputa eleitoral.
Gostaria que os homossexuais começassem a ser tratados como cidadãos. Que pudessem, ao perderem seus companheiros e companheiras, ter os mesmos direitos que um casal heterossexual. Que tivessem estes mesmos direitos em vida. Isso também é questão de política, não de religião.
Gostaria que pretos, pobres e mulheres fossem a prioridade visto que são, de longe, os grupos historicamente mais injustiçados no país e no mundo. E que homossexuais e bissexuais fossem respeitados tanto quanto católicos, protestantes, judeus, umbandistas, e perdoem-me se misturo religião com orientação sexual, mas algumas crenças quiseram acabar com outras ao longo da história - muitas vezes com assassinatos em massa, lembremos - como agora muitas destas religiões querem tratar a orientação sexual como questão de certo e errado.
Feitas as ressalvas, cabe uma comemoração. Pela primeira vez uma mulher foi eleita para o cargo político mais importante do país. Uma justiça às milhões de mulheres que pautaram suas vidas por lutar por um país mais justo - como fez minha irmã Clarete Paranhos (e me regozijo com sua alegria pela eleição de Dilma, assim como me compadeço com as inúmeras frustações que ela acumula em seus anos de luta).
Pelo afeto e respeito que tenho por minha irmã e pelas mulheres de minha vida - também por serem mulheres, mas principalmente pelo cidadão no qual me tornei graças a elas - que Dilma seja o melhor para o país. Como Lula foi.
Além de concordar com tudo, me impressiono por ver alguém colocando suas ideias assim, tão às claras.
ResponderExcluirAo me escandalizar com os absurdos feitos pela imprensa nessa campanha, fiquei ainda mais assustado quando percebi que muitos dos que conheço (no facebook) continuaram seus comentários cotidianos, como se nada...
Talvez até concordassem, mas, afinal, se um já reclamou, para que é que iriam se expor?
Que vergonha desse povinho bunda mole!
Parabéns, Eliseu, por dizer o que pensa.
um grande abraço
Querido irmão,
ResponderExcluirestou contente mas, ao mesmo tempo, torcendo para que Dilma faça um governo que torne este país melhor. Acima de tudo, preciso agora dar uma descansada. Este último mês foi de muita luta, contra todo este obscurantismo do qual você fala muito bem. Estou sem energia, precisando recomeçar projetos que ficaram parados neste período. Este projeto coletivo - a eleição da Dilma - era o mais importante.Agora é torcer... Como sempre digo, Dilma não era a candidata dos nossos sonhos. Acho que nenhum será, dentro deste sistema . Mas, com certeza, Serra era o candidato dos nossos pesadelos. Bem, agora é torcer pra dar tudo certo... E pro timão ser campeão.
Bom ter gente boa por aqui...
ResponderExcluirE acho que é bem difícil o timão ser campeão, mas a esperança é a última que... Enfim, vocês sabem...
ResponderExcluirQue a sociedade caminhe em direção à responsabilidade de seus atos, divirta-se com os erros cometidos, afinal, é natural errar, para depois, limpar a sujeira...
ResponderExcluirDe falar o que pensa e o que tem em mente. Que não tenha medo de ouvir...
Enfim, que não tenha medo de viver!
Por quê, sim, viver dá trabalho...
Arcodairis: É Verdade! Viver dá trabalho. Mas essa é a graça da coisa, não acha?
ResponderExcluircomo outros espero deste governo, agora presidido por uma mulher, mudanças que não sejam apenas simbólicas mais sim ideias realmente concretas. Questões como aborto e homossexualidade devem ser pautadas com seriedade assim como a saúde e educação.. no fim das contas tudo seria ligado: o ensino das 'sexualidades' nas escolas - e em casa, principalmente - seguido de todas as formas de prevenção.
ResponderExcluirAbraço à todos, especial ao Eliseu.