domingo, 14 de abril de 2013

Geraldo, Feliciano, Nicole, Daniela...

Quando eu dava aulas de educação artística no estado - pelos idos da década de 90 - uma garota foi violentada por um grupo de rapazes. O motivo alegado: ela provocava, usando roupas insinuantes.

Vinte anos depois esse tipo de argumento ainda se sustenta. E é irradiado por gente que deveria saber muito bem que está falando besteira. Por gente que enche a boca para dizer que prefere viver fora do Brasil em função do fato de sermos um país abaixo do cocô do cavalo do... Ah, vocês sabem...

Aliás, esse papo de que o Brasil é pior do que este ou aquele país é para lá de "demodè", é ignorância mesmo. Não porque sejamos melhores do que os europeus ou os americanos. Temos vícios diferentes, só isso. Poderia fazer uma lista imensa dos vícios que não compartilhamos com eles, da mesma forma que a lista de vícios que pertence apenas a nós deve ser igualmente imensa!

Assim, dá-lhe geraldo enfiando a mão na saia curta de nicoles, coisa difícil de ser defendida por quem quer que seja.

Minhas primas devem ser contra esse tipo de atitude. No entanto, elas parecem concordar com outro tipo de violência - contra homens e mulheres que amam pessoas do mesmo sexo.

Na verdade, quero crer que elas não são a favor deste tipo de violência, mas evangélicas que são, dão vazão a comentários de seus pastores que podem - e eventualmente levam - à violência contra gays e lésbicas.

Assim, gente boa acaba contribuindo para que nicoles, danielas e geraldos (que não são diretores de teatro radicados nos estados unidos, mas homens que só querem ser felizes com seus homens) tenham suas saias levantadas à força em nome de argumentos que caducaram.

O que podemos fazer para que os bons de um lado e de outro percebam que essa guerra não vai levar a lugar nenhum?...

Não, primas: Jean Willys não é o problema.

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