Chegamos a Paris à noite. Da Gare du Nord fomos de metrô até Republique, onde ficaríamos hospedados. Sair de lá foi uma visão assustadora. Parecia com os piores lugares de São Paulo. Uma grande praça destruída colocada abaixo, muita obra, confusão, helter-skelter, salvai-me Paul McCartney!
A rua de nosso hotel não constava do mapa. Anda para lá, anda para cá, tenta de um lado, tenta do outro, conversa com o motoqueiro, vai ao jornaleiro, anda mais um pouco, volta para dentro da estação, procura mais - Paris está começando a ficar chata - e nada da tal Rue de Malte.
Santa boulangerie, amado padeiro, direção certa e meia hora depois de sair daquele buraco para aquela praça de guerra na qual se transformara Republique, nos vemos a meia quadra do lugar de onde saíramos e a partir do qual andáramos uns quinhentos metros...
A região era mesmo feia, o hotel era ruim, o recepcionista não falava língua exatamente conhecida - francês, inglês, que nada, estava mais para a língua da torre de Babel - o cheiro do lugar não era dos melhores, o prédio antigo, descuidado e empoeirado não trazia bons agouros e a saudade de Londres queimava.
Uma noite de sono depois, Paris estava fria e chuvosa. O museu D'Orsay parecia o lugar para onde todos os turistas foram para fugir da chuva. Tudo bem, fugimos deles, atravessamos o Sena - que é bem mais bonito que o Tâmisa - e chegamos a uma imensa praça. O milagre de Paris começava a acontecer.
À direita vemos o Louvre ao longe, à esquerda um imenso boulevard que leva à Place de La Concorde e, no final, ao longe, o Arco do Triunfo no fim da Champs Elysees. Uau! Esqueça Republique, esqueça o hotel, enjoy...
Mesmo sob a chuva, o impacto deste dia foi imenso. Fizemos no mesmo dia o Arco do Triunfo e a Torre Eiffel. Sob chuva e vento. Depois, com o tempo melhor, descemos a pé em direção à Citè. Tudo naquela cidade é lindo.
E não falo apenas de arquitetura. Os museus são incríveis - Louvre, D'Orsay, Rodin - o passeio de barco à noite, Montmartre e Sacre Coeur, o Quartier Latin, Place des Vosges, tudo vale a pena.
É incrível como é possível entender franceses e ingleses vendo suas cidades, suas culturas, ainda que por poucos dias. É possível entendê-los melhor, inclusive em suas idiossincrasias.
Quando voltamos de Versailles, no penúltimo dia na frança, pensei muito sobre a experiência pela qual esse povo passou. Em como construíram uma belíssima cidade, uma belíssima civilização, e a que custo! E pensei que a história parece ser circular. Será que acontecerá por aqui tudo de novo? Coisas bem sombrias permearam meus sonhos...
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