terça-feira, 12 de novembro de 2013

ALÉM DO HORIZONTE

Em 31 de maio - dia de meu aniversário - fui chamado ao Rio para um teste. Era véspera de minha viagem para a Itália.

Era um personagem da novela das 19 da Rede Globo, o personagem era um tanto quanto "Dias Gomes", a parceira de cena era Luciana Paes, uma excelente atriz paulistana com quem nunca havia contracenado.

Cinco meses depois ele começa a tomar corpo. Seu universo é muito, mas muito distante do meu. Seu vocabulário beira o absurdo e me fez me reconciliar com o prazer de atuar em função de suas características muito especiais.

Se me dissessem que isso aconteceria numa telenovela eu duvidaria.

Encontrei por lá pessoas com quem já havia trabalhado (Maria Luisa Mendonça, Caco Ciocler), gente que havia se tornado meu amigo de facebook (!) por admiração mútua (Alexandre Nero), gente de quem sou fã e não esperava ver tão cedo (Antônio Calloni)...

Sem contar nas queridas Sheron Menenzes, Yanna Lavigne e Mariana Rios, em Marcelo Novaes, nos gêmeos fofos Tiago e Diego Homci, em Begê Muniz, em Mariana Xavier e do especialíssimo garoto J. P. Rufino.

Vamos ver para onde vai Romildo, meu personagem. Espero me divertir com ele.

domingo, 14 de abril de 2013

Geraldo, Feliciano, Nicole, Daniela...

Quando eu dava aulas de educação artística no estado - pelos idos da década de 90 - uma garota foi violentada por um grupo de rapazes. O motivo alegado: ela provocava, usando roupas insinuantes.

Vinte anos depois esse tipo de argumento ainda se sustenta. E é irradiado por gente que deveria saber muito bem que está falando besteira. Por gente que enche a boca para dizer que prefere viver fora do Brasil em função do fato de sermos um país abaixo do cocô do cavalo do... Ah, vocês sabem...

Aliás, esse papo de que o Brasil é pior do que este ou aquele país é para lá de "demodè", é ignorância mesmo. Não porque sejamos melhores do que os europeus ou os americanos. Temos vícios diferentes, só isso. Poderia fazer uma lista imensa dos vícios que não compartilhamos com eles, da mesma forma que a lista de vícios que pertence apenas a nós deve ser igualmente imensa!

Assim, dá-lhe geraldo enfiando a mão na saia curta de nicoles, coisa difícil de ser defendida por quem quer que seja.

Minhas primas devem ser contra esse tipo de atitude. No entanto, elas parecem concordar com outro tipo de violência - contra homens e mulheres que amam pessoas do mesmo sexo.

Na verdade, quero crer que elas não são a favor deste tipo de violência, mas evangélicas que são, dão vazão a comentários de seus pastores que podem - e eventualmente levam - à violência contra gays e lésbicas.

Assim, gente boa acaba contribuindo para que nicoles, danielas e geraldos (que não são diretores de teatro radicados nos estados unidos, mas homens que só querem ser felizes com seus homens) tenham suas saias levantadas à força em nome de argumentos que caducaram.

O que podemos fazer para que os bons de um lado e de outro percebam que essa guerra não vai levar a lugar nenhum?...

Não, primas: Jean Willys não é o problema.

sexta-feira, 22 de fevereiro de 2013

MORTE NA BOLÍVIA

Faz tempo que não escrevo, faz muito tempo que não escrevo sobre esportes. Acontece que meu time acaba de protagonizar um incidente que sobrepõe, em muitos níveis, a façanha de ganhar a Libertadores do ano passado. Alguém soltou um sinalizador que matou um adolescente em Oruro.

O rapaz tinha a idade do Wagner, meu melhor amigo morto num acidente de trânsito quando tínhamos 14 anos - era 1984.

Adoraria que o time assumisse a culpa de sua torcida, aceitasse a punição, que as organizadas ligadas ao clube fossem banidas, que esse episódio fosse, para nós, algo parecido com o que foi aquele em que "Hooligans" ingleses tornaram-se responsáveis pelo banimento dos times ingleses das ligas européias.

Para que eu não tenha mais que formular conceitos complicados para defender, frente a meus amigos artistas e intelectuais, minha paixão por este esporte que poderia ser sublime, mas não passa, na maioria das vezes, do retrato da barbárie.